Março de 1907Estala a greve académica de Coimbra, que alastra a todo o país00431



É reprovado em Coimbra o candidato a Doutor
José Eugénio Dias Ferreira, originando protestos da Academia, sendo vaiados os lentes do júri de doutoramento e apedrejadas as suas casas.
A greve universitária é decretada em Março, radicalizando-se designadamente em reacção aos ataques que lhe são desferidos por
João Franco e, também, pela influência dos ideais republicanos entre os estudantes.
O governo encerra a Universidade e declara responsáveis "pela desordem académica" os estudantes republicanos.
A Comissão Central Académica dirige protestos a todas as entidades e organiza delegações que se deslocam a Lisboa. No Parlamento, o deputado republicano
António José de Almeida solidariza-se com a greve, declarando que a mocidade era a «pátria de amanhã». A imprensa republicana explora a situação, atacando violentamente João Franco: no jornal "A Luta",
Brito Camacho escreve que neste conflito se joga «o destino da pátria».
Entretanto, o Conselho de Decanos da Universidade expulsa três estudantes por dois anos e quatro por um ano.
Esta medida faz alastrar a greve ao ensino secundário de Lisboa, Coimbra e Porto, ao mesmo tempo que
Bernardino Machado, respeitado professor de Faculdade de Filosofia e republicano desde 1903, ameaça demitir-se se os estudantes expulsos não fossem reintegrados João Franco tenta processar Bernardino Machado, acusando-o de "díscolo". Bernardino Machado apresenta, de facto, a sua demissão.
A duração da greve e as suas implicações dividem os estudantes. A 23 de Maio, o Governo reabre a Universidade para exames. Dos 1049 estudantes, requerem exame 866, mas um decreto vem a permitir a passagem de ano dos restantes.
ano:
1907 | tema:
Lutas Estudantis