Março de 1910Afonso Costa levanta no Parlamento a questão Hinton034852

Afonso Costa levanta no Parlamento a questão Hinton, relacionada com a indemnização de 673.000 libras pedida por um súbdito inglês que obtivera o estabelecimento, em 1903, na Madeira, de um verdadeiro monopólio de transformação do açúcar em álcool.
O governo apenas esclarece que essa indemnização foi formulada pela via diplomática e que, portanto, não seria oportuna adiscussão pública do assunto.
Diversas sessões do Parlamento acabam tumultuosamente, com o governo a tentar escapar ao debate da questão.
Mas, no dia 20 de Abril, Afonso Costa volta à carga, apresentando cartas comprometedoras de D. Fernando de Serpa, ajudante de
D. Carlos e de
D. Manuel e comandante do iate real "Amélia", que envolvem a Corte nos negócios com Hinton e a Câmara dos Deputados vê-se obrigada a votar, por unanimidade, o inquérito à questão Hinton, sendo de imediato adiada a sessão.
O adiamento, decretado pelo rei, ouvido o Conselho de Estado, provoca fortes reacções
Dantas Baracho afirma: "no ano passado, um abalo de terra (referindo-se a Benavente); este ano o abalo do regime!"
Ao mesmo tempo, o juíz de Instrução, Almeida Azevedo, enche as prisões de suspeitos, em que a Carbonária ocupa as suas primeiras atenções.
Encerrado o Parlamento, o governo coloca as tropas de prevenção (dia 21 de Abril) e legisla no sentido de repôr as condições de monopólio anteriormente detidas por Hinton, ao mesmo tempo que o governo inglês manda publicar uma nota em que esclarece que a sua intervenção de um seu ministro no assunto fora apenas a título pessoal.
ano:
1910 | tema:
Vida Política