Quarta-feira, 4 de Fevereiro de 1914 (noite de)Protestos anti-afonsistas039117
Elementos de vários partidos oposicionistas vão com archotes e bandas ao Presidente da República reclamar a queda do ministério, para terminar com o impasse em que se vivia, nos últimos dias, ainda sem outro governo ter tomado posse. Pedem ainda a amnistia para os presos políticos e a reabertura das associações de classe. Mais uma vez
Machado Santos, juntamente com alguns evolucionistas, inspirava a luta anti-afonsista.
"À hora marcada, os amigos vieram dar com ele no Largo de Camões, vestido com uma sobrecasaca velha, e de chapéu alto. Havia pouca gente, e antes de chegarem à Avenida 24 de Julho muitos convenceram-se de que ía ser um fiasco.
António José de Almeida e
Brito Camacho, convidados, haviam-se recusado a participar. Mas na Avenida, subitamente, juntaram-se-lhes milhares e milhares de operários, muitos vindos de barco da margem sul. Machado Santos havia combinado tudo com os sindicalistas. Só a «burguesia» faltou, tendo a maioria dos comerciantes recusado fechar as lojas, como Machado Santos lhes pedira. Entretanto, distribuíram-se archotes aos manifestantes, e assim chegaram em frente ao palácio presidencial, onde Arriaga os recebeu. Machado Santos andava eufórico. Provara que em Lisboa não era só Costa quem mandava: «A rua não tinha senhor»." (RAMOS, Rui, "História de Portugal")
ano:
1914 | tema:
Violência (política)